Pretos Velhos

Os Pretos Velhos são considerados em nossa Umbanda como uma das linhas principais de trabalho. Isso fica ainda mais claro nos trabalhos, pois um dos guias chefes da TURN é o preto velho Pai Manoel das Matas.

A história dessas Almas é uma das mais bonitas da Umbanda. Na época que os negros eram escravizados, devemos lembrar que estes não eram tratados como seres humanos e sim como mercadorias. Sendo assim, as famílias que se formavam dentro das senzalas pelos laços sanguíneos, eram desfeitas pois os filhos, pais, mães, poderiam morrer em virtude de maus tratos ou serem vendidos para outra pessoa. As crianças que eram fruto em sua maioria de violência sexual (os escravos eram obrigados a cruzar, assim como gado, para que a próle fosse vendida), não tinham contato com seus pais e mães carnais para que fossem orientados em suas vidas. Assim, ficava a cargo dos escravos mais velhos a orientação dos mais novos, os adotando literalmente como pais e mães (pais velhos e mães velhas) ou avós, os instruindo sobre diversos assuntos da vida mesmo mediante a tanto sofrimento. Foi através deles que as tradições e o conhecimento foram passados de geração em geração para que a sua cultura não fosse perdida como um todo.

Na Umbanda, se utilizam do mesmo arquétipo que tinham enquanto encarnados. Vêm como trabalhadores da lei maior e nos acolhem com a sua sabedoria e conselhos no intuito de nos ajudar durante a nossa encarnação. Tal como pais e mães, nos chamam de filhos e nos orientam no que for preciso para atingirmos um grau maior de evolução aqui na terra.